segunda-feira, 15 de setembro de 2008

RECEPÇÃO AOS ALUNOS - DIA DO DIPLOMA

Há momentos, na Vida de uma Escola, que se tornam únicos na existência dos alunos, dos seus pais/encarregados de educação e... sem dúvida alguma, dos professores e profissionais que tudo fazem para transformar construtivamente os Homens e Mulheres do futuro.

Aqui fica o registo das palavras que são eco de Esperança!

Num primeiro momento, da Presidente do Conselho Executivo, Dra. Rosa Maria Cruz.

Posteriormente, o testemunho do Director de Turma do 12.º A, Dr. António Pereira.


Bem-vindos!

Saudações cordiais a todos os presentes: digníssimos senhores

Presidente da Assembleia do Agrupamento

Membros do Conselho Executivo e do Conselho Pedagógico

Chefe dos Serviços de Administração Escolar

Encarregado de Coordenação do Pessoal Auxiliar da Acção Educativa

Presidente da Junta de Freguesia de Barroselas

Professores, alunos, Funcionários, Pais e Encarregados de Educação

Caríssimos alunos finalistas do Ensino Secundário

Prezadíssima Flávia,

Felizmente, já vem sendo frequente a vivência de experiências análogas à que agora celebramos, dada a instituição nesta escola do Quadro de Valor e Excelência para os alunos que alcançam resultados escolares de elevadíssimo mérito e que desejamos sejam exemplo para as gerações vindouras. Ao longo destes 25 anos de existência, é composto por um significativo número de ilustres nomes de alunos dignos de tal louvor. Reitero, entretanto, os parabéns aos laureados com este “troféu” em 2007/2008, Lídia Maciel, Joana Peixoto e Carlos Miguel Brito.

Hoje, cumpre-nos assinalar o DIA DO DIPLOMA - instituído pelo ME - cujo propósito é valorizar a importância da conclusão do ensino secundário - nível, aliás, constituído como referência para a qualificação da população portuguesa. Uma saudação muito especial, portanto, a todos os alunos finalistas do ensino secundário 2007/2008 desta escola que tiveram a amabilidade de aceder ao convite que lhes formulámos.

Cumulativamente, vai ser entregue o PRÉMIO DE MÉRITO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, destinado aos melhores alunos dos cursos científicos e dos cursos profissionais de cada escola, que, na circunstância especial que nos compreende, foi justa e criteriosamente granjeado pela aluna Flávia Peixoto, do 12.º A -2007/2008, pela dedicação, esforço e bom desempenho escolar, para quem peço um aplauso afectuoso.

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Em boa verdade, porém, o prémio é extensível a todos quantos acreditaram, souberam educar, construir, comunicar, semear ideias, partilhar, cooperar, inovar… enfim, sofrer: ele pretende valorizar, portanto, o trabalho dos professores, da escola e das famílias, porque “nada pode substituir a influência do outro sobre cada um de nós”.


[Convidava-vos, neste momento, a escutar a recitação de um poema de Sebastião da Gama, grande poeta e pedagogo, que se destacou muito particularmente pela sua dimensão humana, nomeadamente no convívio com os alunos. Escutem com atenção e sintam a candura e as oscilações do “Papagaio de Papel”…]




Deixem-no lá, deixem-no lá, o papagaio!
Deixem-no lá, bem preso à terra,
vibrando!

Aos arranques,
a fazer tremer a terra,
a querer voar
pelo ar
até pertinho do Céu…

Deixem-no lá, deixem-no lá, o papagaio!
Deixem-no lá viver a sua inquietação
e ser verdade aquela ânsia
de fugir.
Não lhe cortem o cordel!
Poupem o papagaio à dor enorme
de cair,
papel inútil, roto, pelo chão.

Não lhe ensinem,
ao pobre papagaio de papel,
que a sua inquietação
é a única força que ele tem.

Deixem-no lá,
naquela ânsia de fuga,
no sonho (a que uma navalha
pode dar o triste fim)
de fazer ninho no Céu:
Sempre anda longe da terra, assim,
o comprimento do cordel…

Deixem-no lá, deixem-no lá,
o papagaio de papel!...

Sebastião da Gama
Itinerário Paralelo
Lisboa, Ed. Ática, s/d.




Ora, tal como o Papagaio, todos nós trazemos suspensos sonhos, projectos, desígnios, quimeras e isso é o móbil que sustenta o entusiasmo, a motivação para o trabalho e para a realização desses planos – “O sonho comanda a vida”, como dizia outro igualmente singular genuíno e dedicado poeta e educador, António Gedeão. E o Papagaio, qual Ser que, movido por energias e lances de veemente paixão e estímulo, vibra, mas… preso à terra. Com efeito, é imperioso que desafiemos as nossas capacidades, mas devemos ter sempre a noção dos nossos limites, não nos vá suceder o que sucedeu a Ícaro, que, imprudente e desmedidamente ambicioso, voou mais alto do que devia e acabou por cair a prumo, porque o sol derreteu as suas asas de cera.

Assim, para alcançarem o mérito de estarem aqui, neste momento, estes alunos, e particularmente a Flávia, tal como o papagaio, tiveram momentos de “arranques”, fizeram “tremer a terra”, quiseram “voar pelo ar até pertinho do céu” e tiveram a sorte de ter quem não lhes cortasse o cordel, mas quem lhes desse cada vez mais comprimento para que eles se aproximem cada vez mais dos seus intentos de glória e do sucesso: “fazer o ninho no céu”.

Educar é isso mesmo: é, como alguém dizia, “ser um artesão da personalidade, um poeta da inteligência, um semeador de ideias”. E aqui o mérito vai direitinho para os pais e família, em primeiro lugar, e depois, inequivocamente para os professores e educadores, para a escola e todos aqueles que a compõem. A “inquietação” do papagaio não é a “única força que ele tem”. Só uma formação participada e consciente permite o crescimento de cada um, onde o saber e o sentir, o sonhar e o acreditar andam de mãos dadas.

No entanto, se houver uma navalha que corte o cordel ao papagaio, ele será “papel inútil, roto, pelo chão”. E isso nós não deixámos que acontecesse e desejamos que não aconteça nunca: o nosso propósito é “poupar” estes alunos “à dor enorme de cair”. E eles já deram provas de que são solo fértil e que terão capacidade de manter a ânsia de alcançar…

O nosso projecto educativo - «promover competências e saberes, educar para a cidadania» - começa a dar frutos e a iniciativa do Ministério da Educação só contribui para que eles sejam mais visíveis por toda a comunidade.

Resta-me afirmar a enorme satisfação pela oportunidade e responsabilidade de reconhecimento e averbamento do Prémio de Mérito ME à Flávia Peixoto, fazendo votos sinceros de que este momento seja o início venturoso de um novo ciclo na sua vida de crescimento e amadurecimento como estudante exemplar, como mulher digna e emancipada e como cidadã íntegra, isenta de vis solicitações, e sempre guiada pela inteligência, pela honradez, pela humildade e sensatez e pela superioridade moral e ética.

Gostaria de estender o meu abraço a todos os alunos aqui presentes e a todos os alunos de todos os ciclos deste Agrupamento. Que o exemplo dos que aqui foram enaltecidos desperte neles a vontade de “voar até pertinho do céu”; que contem sempre com o precioso auxílio de quem lhes saiba gerir e orientar o “comprimento do cordel” e que, ainda que pontualmente, experimentem a dor e a frustração, saibam progredir como cidadãos livres e justos e seres humanos bem formados, plenamente válidos e promotores do progresso e do bem-estar.

Dra. RosaCruz

Presidente do Conselho Executivo

12/Set/2008


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Gostaria de Congratular os novos diplomados do ensino secundário. É uma etapa que se finaliza. Corresponde ao fim de um corredor da vida que termina e que desemboca em muitas portas que podem dar origem a muitas oportunidades, muitas delas que dão acesso a futuros promissores e de qualidade, enquanto que outras portas terão pouco valor.

Cabe a vocês utilizar o espírito crítico, a prudência e toda a bagagem de conhecimentos e de competências adquiridas ao longo da vida (muitas delas nesta Escola) para escolher a melhor porta.

Alguém me disse, quando eu era da vossa idade, que tudo o que tinha aprendido até ao 12.º ano, não passava de cultura geral. Na altura fiquei chocado. Mas na realidade, e passados já alguns anos, tenho que dizer que essa pessoa tinha alguma razão. O que vocês aprendem na escola vai servir de suporte para os conhecimentos e capacidades que vão adquirir no futuro e este conhecimento adquirido no ensino secundário, vai-se transformando com o decorrer do tempo em conhecimento de cultura geral. Posso dizer que essa cultura geral não tem preço. É uma riqueza que nunca se gasta e que pode e deve ser sempre rentabilizada. E essa rentabilização, como vocês sabem, faz-se com muito trabalho e dedicação às causas que se venham a abraçar no futuro.

Diz-se que ter sorte na vida dá muito trabalho. E assim é. Daí que da minha parte, gostaria de vos desejar muita sorte e muito sucesso na vida e que esta escola, bem como todos os que a integram e fazem funcionar estarão sempre de braços abertos para vos receber nesta casa.

Dr. António Pereira
2008/09/12
DT 12.º A